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27 anos do desaparecimento da URSS

27 anos do desaparecimento da URSS

Conteúdo postado em 26/12/2018

Olá, amigas e amigos CACDistas!

 

Fim de mais um ano... e nossa coluna quinzenal traz hoje, um dia após essa noite maravilhosa de Natal, um fato histórico importante - 27 anos do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

 

No dia 25 de dezembro de 1991, por meio de uma mensagem pela televisão, Mikhail Gorbachev comunicava a desintegração da URSS.

 

Contexto Histórico

 

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) entrou em colapso nos anos finais da década de 1980. Essa derrocada do Império Soviético está relacionada com o desgaste do modelo comunista de governo, implantado na Rússia em 1917 e alastrado para outros países do Leste Europeu nas décadas seguintes, sobretudo durante o período do totalitarismo stalinista. O governo centralizador e coercitivo da URSS, a partir da década de 1970, foi se tornando incompatível com a realidade da globalização e da modernização tecnológica apresentada pelos países onde predominava a cultura política democrática e a economia de livre mercado.

 

Foi nessa conjuntura que houve uma nova eleição no Partido Comunista Soviético, em 1985, na qual foi eleito como novo líder Mikhail Gorbachev. Gorbachev ficou encarregado de promover reformas profundas na estrutura do Estado soviético, de modo a garantir a subsistência do regime. No entanto, tais reformas, que receberam o nome de Perestroika (reconstrução), cujo modo de procedência seria a Glasnost (isto é, a transparência), acabaram por dar abertura para a implosão do regime comunista.

 

Gorbachev executou ações como a diminuição do auxílio a outros países comunistas (Cuba foi um dos mais afetados) e a retirada das tropas soviéticas da zona de combate no Afeganistão (abrindo mão, assim, da hegemonia sobre aquela região). Além disso, Gorbachev também tomou a iniciativa de firmar acordos com os Estados Unidos para a destruição em conjunto de certo número de ogivas nucleares, pondo fim a uma das principais características da Guerra Fria, a “corrida armamentista”.

 

Houve ainda o fatídico episódio ocorrido em 26 de abril de 1986: o acidente com o reator atômico da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que rendeu ao governo de Gorbachev transtornos incalculáveis, além de revelar ao mundo a decadência tecnológica soviética. As dificuldades em conter o vazamento nuclear deixaram o continente europeu alarmado, o que gerou a necessidade de ajuda externa, do Ocidente, para resolver o problema.

 

É importante ressaltar também que, ao mesmo tempo em que eram feitas tais reformas e eram enfrentados tais problemas, Gorbachev era pressionado por dois setores das esferas de poder da URSS: o setor da “linha-dura”, comandado por Valentin Pavlov, e o setor considerado liberalizante e progressista, comandado por Boris Yeltsin.

 

Pavlov exigia de Gorbachev uma postura geopolítica mais dura e a manutenção do poder centralizado em torno dos burocratas do partido comunista soviético. Por outro lado, Yeltsin defendia a abertura da URSS para a influência das democracias ocidentais e para a economia de mercado.

 

Em meio a todo esse clima de pressão, houve a primeira eleição para deputados não comunistas no Congresso Soviético. As medidas adotadas por Gorbachev levaram aqueles menos abertos às transformações, representados por Pavlov, a uma tentativa de golpe contra Gorbachev em 18 de agosto de 1991.

 

Gorbachev foi preso, o que gerou uma revolta popular e um movimento de resistência liderado por Boris Yeltsin. Os golpistas tiveram de ceder à pressão, libertando Gorbachev, que voltou ao poder, mas renunciou ao cargo de secretário-geral do partido, a permanecer ainda ocupando a função de presidente da União Soviética.

 

Em decorrência do golpe, muitos dos países ligados à URSS começaram a declarar a sua independência, o que provocou uma rápida desintegração do Império Soviético.

 

Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev finalmente renuncia também ao cargo de presidente, reconhecendo, assim, o fracasso de suas reformas e o colapso da União Soviética.

 

Corolário

 

Junto com sua renúncia, Gorbachev assinou um decreto através do qual passava o comando do poderio nuclear soviético a Boris Yeltsin, então presidente da Rússia, país que se erguia como herdeiro jurídico da URSS.

 

O presidente da União Soviética se rendia perante a evidência: uma das duas potências mundiais do século XX tinha deixado de existir. Em apenas três semanas, Yeltsin assinou com o presidente da Ucrânia, Leonid Kravchuk e o presidente do Parlamento de Belarus, Stanislav Shushkevich, a carta que decretava o fim do país.

 

Em uma reunião, os dirigentes das três repúblicas eslavas da URSS declararam que esta tinha deixado de existir como 'sujeito de relações internacionais' e criaram, pois, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

 

Havia se passado apenas três meses e meio depois da frustrada tentativa golpista perpetrada pela cúpula do Partido Comunista para impedir a desintegração do Estado, cujo fracasso acabou com o Partido Comunista da União Soviética - único vínculo que sustentava a união de mais de cem povos.

 

Cerca de 15 anos depois, o então presidente russo Vladimir Putin disse que a desintegração da URSS foi a 'maior catástrofe geopolítica do século'. Seu antecessor e um dos atores desta catástrofe, Yeltsin replicaria em 2006, em entrevista ao jornal 'Rossiiskaya Gazeta', que o afundamento da União Soviética era inevitável.

 

'Não se pode esquecer que nos últimos anos da União Soviética a população vivia muito mal (...) Agora esquecem o que eram as lojas vazias, esquecem o que era temer expressar qualquer pensamento próprio que diferisse da linha geral do partido. E isto por nenhum motivo deve ser esquecido', disse Yeltsin.

 

Depois de 27 anos do desaparecimento da URSS, analistas e políticos seguem com  debates sobre a queda desse império, a fim de descobrir se teve suas origens no próprio modelo político-econômico ou nos erros de sua aplicação, nas reformas ou na falta delas.

 

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