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73ª Assembleia Geral das Nações Unidas: o que teve?

73ª Assembleia Geral das Nações Unidas: o que teve?

Conteúdo postado em 28/09/2018

Olá, Sapientes!

 

Como ocorre todo ano, em 2018 a Assembleia Geral das Nações Unidas voltou a se reunir em Nova York, pela 73ª vez. A sessão de abertura é especialmente interessante, visto que um grande número de líderes mundiais comparecem para expressar suas visões sobre o atual estado das relações internacionais.

 

Neste ano, também tivemos diversas declarações importantes. Vamos vê-las?

 

Cumprindo o papel do Brasil de abrir a cerimônia, o presidente Michel Temer focou seu discurso na questão migratória e na ameaça do populismo. O presidente afirmou que as instituições criadas pós-1945 estão sob ataque, agora mais do que nunca, e que era preciso um reforço ao multilateralismo em detrimento às decisões unilaterais. Também mencionou a crise migratória da Venezuela e a importância do Pacto Global sobre Imigração, aprovado recentemente.

 

 

 

Em seu discurso, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi em direção radicalmente contrária. O republicano afirmou que o país sempre escolherá a independência no lugar da governança global. Em uma de suas frases, proferiu que "a América é governada por americanos. Rejeitamos a ideologia do globalismo e abraçamos a doutrina do patriotismo", reforçando a ideologia do excepcionalismo americano. O presidente também rechaçou o Pacto Global sobre Imigração, e também aproveitou para criticar outros organismos internacionais, como o Tribunal Penal Internacional e o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

 

Houve ainda um momento cômico, em que se escutaram risadas quando Trump afirma que sua administração conseguiu mais em dois anos do que qualquer governo americano na história.

 

 

 

António Guterres, secretário-geral da ONU, reforçou a necessidade de se comprometer com a ordem internacional baseada em regras. O discurso do secretário reflete seu relatório anual sobre o trabalho da Organização, ao ressaltar a necessidade de aproveitar esse momento de questionamento para revigorar o multilateralismo. Guterres afirmou ainda que “não há nenhum caminho a seguir, a não ser pela ação coletiva de consenso para o bem comum”.

 

Em sua fala, o presidente francês Emmanuel Macron também aproveitou para soltar farpas contra Trump. Macron pediu que os países não assinassem acordos comerciais com Estados que não respeitem o Acordo de Paris, criado em 2015 para conter o aumento da temperatura terrestre e as mudanças climáticas. Curiosamente, desde então o tratado foi assinado por todos os países do mundo, mas apenas os EUA afirmam que se retirarão do acordo, o que deve acontecer em 2020. O chefe de Estado francês também mencionou a ameaça de a ONU tornar-se um símbolo da impotência, como aconteceu com a Liga das Nações, sua predecessora. O único caminho para evitar esse risco seria, segundo o presidente, o reforço do multilateralismo e da confiança nas instituições internacionais.

 

Vale também reforçar que a sessão de abertura está sendo presidida pela primeira vez por uma mulher latino-americana. María Fernanda Espinosa é uma diplomata equatoriana e já foi ministra das Relações Exteriores e da Defesa no Equador. Espinosa é a quarta mulher a presidir a Assembleia Geral das Nações Unidas, número bastante ínfimo dentre as 73 sessões que já ocorreram até o momento.

 

Até a próxima!

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