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Do conflito à cooperação: a arquitetura do mundo pós-1945

Do conflito à cooperação: a arquitetura do mundo pós-1945

Conteúdo postado em 26/05/2025

A long long time ago…


Não, não é uma história fictícia. E nem foi tanto tempo atrás assim. No artigo de hoje, abordaremos uma sequência de conferências que foram importantes para o desenho do mundo como conhecemos hoje!


Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o planeta enfrentava não apenas a tarefa de se reconstruir materialmente, mas também a necessidade de redefinir suas bases políticas, econômicas e institucionais. Com dezenas de milhões de mortos, cidades destruídas e a memória viva de um dos maiores horrores da história moderna, as grandes potências reuniram-se para evitar que um conflito daquela magnitude se repetisse.


Nesse contexto, as conferências diplomáticas organizadas entre 1943 e 1945 desempenharam um papel fundamental na estruturação do sistema internacional pós-guerra. Moscou, Teerã, Yalta, Potsdam e, posteriormente, São Francisco, foram palcos onde se decidiram os rumos da nova ordem mundial.


Conferência de Teerã (1943): O encontro dos Três Grandes


A primeira grande reunião entre os principais líderes aliados — Franklin D. Roosevelt (EUA), Winston Churchill (Reino Unido) e Josef Stalin (URSS) — ocorreu em Teerã, capital do Irã, em novembro de 1943. O principal objetivo era consolidar a cooperação militar entre as potências aliadas e coordenar os próximos passos da guerra contra o Eixo.


O destaque ficou para o acordo sobre a abertura da frente ocidental na Europa, culminando na famosa Operação Overlord (o Dia D), que viria a acontecer em junho de 1944. Também se discutiu o futuro da Alemanha derrotada e o papel da União Soviética no conflito contra o Japão.


Conferência de Moscou (1944): A divisão de influências


A Conferência de Moscou, realizada em outubro de 1944, trouxe uma discussão pragmática e direta: como dividir a Europa em zonas de influência. O chamado "acordo dos percentuais", supostamente anotado em um guardanapo, estabeleceu a proporção de controle dos Aliados sobre países como Romênia, Grécia, Iugoslávia, Hungria e Bulgária.


Esses entendimentos informalizaram uma nova geopolítica para o continente europeu, pavimentando o caminho para o que seria, anos depois, a Cortina de Ferro.


Conferência de Yalta (1945): O prenúncio da Guerra Fria


Yalta, realizada em fevereiro de 1945, talvez tenha sido a mais simbólica das conferências. O clima de cooperação ainda existia, mas a desconfiança entre os Aliados começava a aflorar.


Entre os acordos firmados, destacam-se:


- a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação;


- a decisão de julgar os criminosos de guerra nazistas;


- o compromisso soviético de entrar na guerra contra o Japão;


- a criação da Organização das Nações Unidas (ONU);


- e, sobretudo, a polêmica decisão sobre a Polônia.


Churchill e Roosevelt defendiam a realização de eleições livres, mas Stalin impôs a manutenção de um governo aliado aos soviéticos. O desfecho evidenciou os limites do consenso e antecipou os contornos da futura divisão ideológica global.


Conferência de Potsdam (1945): O início da desconfiança


Já com a Alemanha derrotada, a Conferência de Potsdam, em julho de 1945, marcou uma inflexão decisiva. A substituição de Roosevelt por Truman (EUA) e de Churchill por Attlee (Reino Unido) alterou o clima diplomático. A relação com Stalin tornou-se mais fria e pragmática.


A principal novidade foi o conhecimento, por parte dos americanos, da bem-sucedida explosão da bomba atômica, o que fortaleceu a posição de Truman nas negociações. Ainda assim, Potsdam confirmou a divisão da Alemanha, discutiu a desnazificação, os pagamentos de reparos de guerra e os deslocamentos populacionais.


Mais do que isso: Potsdam foi o momento simbólico do rompimento definitivo entre URSS e potências ocidentais, inaugurando oficialmente a era da Guerra Fria.


Conferência de São Francisco (1945): A fundação da ONU


De abril a junho de 1945, delegações de 50 países se reuniram na cidade de São Francisco para consolidar o maior legado institucional do pós-guerra: a criação da Organização das Nações Unidas.


A Carta da ONU foi assinada em 26 de junho de 1945, estabelecendo os objetivos da manutenção da paz, segurança internacional, promoção dos direitos humanos, desenvolvimento e cooperação entre os povos.


A estrutura da nova organização refletia o equilíbrio de poder da época: um Conselho de Segurança com cinco membros permanentes (EUA, URSS, Reino Unido, França e China), com direito a veto. O sistema de voto refletia o desejo de evitar impasses como os que haviam paralisado a antiga Liga das Nações.


A Doutrina Truman e os contornos da Guerra Fria


Em 1947, dois anos após o fim da guerra, os Estados Unidos apresentaram ao mundo sua nova política externa: a Doutrina Truman. Seu objetivo era conter a expansão do comunismo por meio de apoio político, econômico e militar a países ameaçados pela influência soviética.


A origem da Guerra Fria está diretamente ligada às conferências que moldaram o mundo pós-guerra. A divisão da Alemanha, as disputas ideológicas, o papel da ONU e os acordos firmados (e violados) revelam o embrião de uma nova bipolaridade que definiria a política internacional por mais de quatro décadas.


O sistema internacional pós-1945: herança e legado


As conferências da Segunda Guerra Mundial não apenas encerraram um dos períodos mais sombrios da história, como também inauguraram as bases institucionais, jurídicas e diplomáticas do mundo contemporâneo.


A divisão bipolar, a existência de blocos ideológicos, a formação de alianças como OTAN e Pacto de Varsóvia, os conflitos por procuração e a corrida armamentista são frutos diretos das escolhas feitas entre 1943 e 1945. Por outro lado, a criação da ONU, os esforços de reconstrução, os planos de cooperação regional (como o Plano Marshall e, posteriormente, a União Europeia) também derivam desse processo.


Para o candidato ao CACD, entender essas conferências é compreender as origens do mundo em que vivemos. O sistema internacional é um espelho das negociações, dos embates e dos acordos firmados nesse período.

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