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Olá, amigas e amigos CACDistas!
Começamos a semana com um 15 de julho muito especial para os franceses. Aos mais novos campeões mundiais de futebol deixamos nossas felicitações pelo grande feito esportivo.
A data, contudo, nos faz lembrar de outro 15 de julho não tão feliz quanto esse último, mas certamente muito relevante para toda a história mundial. Estamos a falar do 15 de julho de 1870 quando foi aprovada a declaração de guerra da França contra a Prússia, a conhecida guerra franco-prussiana ou também chamada guerra franco-germânica.
Nesse ano, completaram-se 148 anos desde o início do conflito que marcaria o destino do continente europeu.
Antecedentes
Para entendermos a guerra franco-prussiana, é importante compreendermos a conjuntura do Segundo Império francês (1852-1870). A verdade é que em 1860, ainda que tivesse saído vitorioso da Guerra da Crimeia (1854), o esplendor da fama de Napoleão começara a se ofuscar.
No Reino da Prússia, o mais poderoso dos estados germânicos, o chanceler Otto von Bismark queria unificar os estados germânicos do norte e do sul. Sabia que poderia contar com o apoio dos estados do sul se a guerra fosse contra a França, seu inimigo de longa data. Deste modo procurou um pretexto para que a França declarasse guerra ao Reino da Prússia.
O surgimento da Prússia como a principal potência alemã e a crescente unificação dos estados alemães foram vistos com apreensão por Napoleão III depois da vitória prussiana na Guerra Austro-Prussiana de 1866.
Bismarck, ao mesmo tempo, deliberadamente encorajou a crescente divisão entre Prússia e França, a fim de trazer os estados da Alemanha para uma união nacional. Ele se certificou da neutralidade russa e italiana e contou – acertadamente – com a neutralidade britânica. As preparações de guerra foram fomentadas por ambas partes.
Causas
Além do ambiente tenso entre os dois países, a causa imediata da guerra está relacionada, sobretudo, a um incidente diplomático.
O pretexto imediato para a guerra se apresentou quando o trono da Espanha foi oferecido a um príncipe da casa de Hohenzollern-Sigmaringen, um ramo da casa governante da Prússia. A oferta, inicialmente aceita por Bismarck, foi rejeitada (12 de julho) após um forte protesto francês em que Napoleão informa o rei prussiano de que consideraria como casus belli a ascensão de um píncipe Hohenzollern ao trono espanhol.
Isso gerou uma animosidade entre os dois países, com discursos inflamados de militares e políticos contra ambos os povos.
Muito sensatamente o príncipe Leopoldo recusou a coroa, no entanto, não satisfeitos, os franceses sob Napoeão III e seu agressivo ministro das relações exteriores, o duque de Gramont, insistiram em mais garantias prussianas. Exigiram que do rei Guilherme I o compromisso de jamais permitir que um membro da família se apresentasse como candidato ao trono da Espanha.
Bismarck, ao publicar a resposta, – o famoso despacho de Ems, o fez, inteligentemente, de forma a soar ofensivo aos franceses para que o Imperador francês mordesse a ísca e declarasse a guerra. E, assim, em 15 de julho de 1870, a França declara guerra à Prússia.
A Guerra
Por acreditarem que a França era o agressor, os estados da Alemanha se juntaram à Confederação do Norte da Alemanha – exatamente como prevera Bismarck. A conduta militar da guerra foi, para os alemães, nas mãos de Helmuth Karl Bernhard von Moltke, um gênio militar com uma eficiência disciplinada. Já no lado francês, Napoleão III assumiu o comando ativo, mas logo se transferiu para o marechal Bazaine.
Em 4 de agosto de 1870, os alemães cruzaram a fronteira para a Alsácia. Eles derrotaram os franceses em Wissembourg, empurraram os franceses sob o marechal MacMahon para Châlons-en-Champagne e forçaram uma divisão entre as forças de MacMahon e as de Bazaine, centradas em Metz.
Bazaine, tentando se juntar a MacMahon, foi derrotado em Vionville (16 de agosto) e Gravelotte (18 de agosto) e retornou a Metz. Os alemães iniciaram sua marcha em Paris e, em 1º de setembro, a tentativa de Napoleão III e MacMahon de resgatar Bazaine levou ao desastre em Sedan. O imperador e 100.000 de seus homens foram capturados.
Após a captura de Napoleão em Sedan e da tomada de Paris a guerra foi ofiacialmente encerrada por meio do Tratado de Frankfurt. A França cedeu a maior parte da Alsácia e da Lorena e concordou em pagar uma indenização de um bilhão de dólares.
Com isso, em Paris, a população se revoltou, depôs Napoleão III e instituiu a República. Conforme nosso companheiro Edward Burns, “a Guerra Franco-Prussiana destruiu um império e criou outro.”
Assim, o novo governo francês tentou negociar a paz com Bismarck. No entanto, devido às divergências internas, a luta ainda prosseguiu por mais um ano, com Paris sitiada e o povo sofrendo todas as dificuldades da ocupação.
Fim do Conflito
No pós-guerra, Thiers foi nomeado chefe do poder executivo na França, e foi prevista a eleição de uma assembléia nacional francesa, que se reuniu em Bordeaux. A assembléia aceitou (1 de março) o acordo de paz preliminar, formalizado no Tratado de Frankfurt (ratificado em 21 de maio de 1871).
O tratado de Frankfurt estipulava aos franceses:
- Pagamento de indenização aos prussianos de cerca de US $ 1 bilhão dentro de três anos – uma indenização integralmente paga antes que o prazo expirasse
- Cessão ao Império Alemão dos territórios da Alsácia (exceto o território de Belfort) e norte da Lorena
- Ocupação por tropas alemãs em certas partes do território francês enquanto a indenização não fosse paga.
- Reconhecimento da Alemanha como um império sob Guillherme I.
Paris, no entanto, recusou-se a desarmar e submeter-se ao regime de Thiers. É nesse contexto que é formada a Comuna de Paris – uma revolta popular contra o governo republicano. Durante quarenta dias, populares instituem um governo de características socialistas. As tropas francesas leais a Thiers iniciaram o segundo cerco de Paris (abril-maio de 1871). Após a cruel repressão da comuna, a “paz” retornou à França.
Além de estabelecer a Terceira República Francesa e o Império Alemão, a Guerra Franco-Prussiana teve outros efeitos de longo alcance. O desejo de vingança (revanchismo) guiou a política francesa por pelo menos o meio século depois.
O militarismo prussiano triunfou e estabeleceu as bases para os empreendimentos imperialistas alemães na África. Os Estados Papais, não mais protegidos por Napoleão III, foram anexados pela Itália que, assim, completou sua unificação. Esses e outros efeitos foram elos na cadeia de causas que desencadeou a Primeira Guerra Mundial.
Consequências da Guerra Franco-Prussiana
Além de estabelecer a Terceira República Francesa e o Império Alemão, a Guerra Franco-Prussiana teve outros efeitos de longo alcance. O desejo de vingança (revanchismo) guiou a política francesa por pelo menos o meio século depois.
O militarismo prussiano triunfou e estabeleceu as bases para os empreendimentos imperialistas alemães na África. Os Estados Papais, não mais protegidos por Napoleão III, foram anexados pela Itália que, assim, completou sua unificação. Esses e outros efeitos foram elos na cadeia de causas que desencadeou a Primeira Guerra Mundial.
Uma abordagem prática e honesta sobre foco, equilíbrio e confiança na sua trajetória.
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