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O Brexit pode acontecer sem acordo

O Brexit pode acontecer sem acordo

Conteúdo postado em 18/10/2018

Cento e sessenta dias. Esse é o prazo que resta para o Brexit (nome dado ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia) acontecer. Mesmo faltando menos de seis meses, ainda há travas na negociação da saída do Reino Unido da do bloco econômico. A saída ficou definida com o resultado de um referendo sobre o tema realizado no país em 2016; na ocasião, a maioria dos votantes decidiu pela retirada da UE.

 

Pouca coisa mudou desde que a primeira-ministra Theresa May assumiu pessoalmente as negociações, em julho deste ano: o impasse da fronteira entre as Irlandas, ponto-chave do acordo, ainda não foi resolvido. Não há, até o momento, perspectivas de novas propostas.

 

A concessão mais recente oferecida pela ministra foi a possibilidade de expandir o prazo de transição, que atualmente vai até o final de 2020, até dezembro de 2021. Apesar de entendida pela União Europeia como uma disposição em negociar, a proposta avança pouco em termos concretos, segundo Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu. A medida de May também irritou os apoiadores mais ferrenhos do Brexit, uma vez que, durante o período de transição, o Reino Unido permanece na UE, porém sem direito a voz.

 

Esta semana é mais um importante capítulo do Brexit. Entre quarta e sexta-feira (17 a 19/10), May e os chefes de Estado e de governo dos outros 27 membros da UE estão reunidos para avançar nas negociações. A pressão, contudo, vem de todos os lados. Internamente, tanto alas pró quanto contra o Brexit se mostram insatisfeitas com a indefinição atual. Para os Brexiteers mais radicais, a primeira-ministra sutilmente afirmou que, caso não haja apoio para sua proposta, haveria a possibilidade da realização de um novo referendo. Nesse mesmo sentido, o ex-primeiro-ministro Tony Blair afirmou que existe uma chance de 50% de uma nova consulta.

 

Com a indefinição, a União Europeia mantém a disposição para negociar, mas se prepara para o pior cenário: uma saída sem acordo. O bloco vem acelerando os preparativos dos planos de emergência em caso de não haver acordo, a fim de preservar as atividades mais afetadas pela saída, como o setor financeiro e o aéreo. Há dúvidas, contudo, sobre quando se deve divulgar esses planos: se, por um lado, auxiliaria as indústrias e governos a antecipar o cenário, por outro, há temores de que a divulgação aumente o clima de instabilidade em Londres. Mesmo Angela Merkel, chanceler alemã, declarou que seu país se prepara para uma saída sem acordo como o cenário mais provável.

 

Outro sinal de que a UE se prepara para seguir em frente é a disputa do espólio financeiro de Londres. A City londrina, hub financeiro do bloco por excelência, vem sendo aos poucos substituída por Frankfurt e Paris. A capital francesa vem ganhando a disputa, sendo apontada como possível novo centro das finanças europeias. A questão é crucial para a sobrevivência do mercado financeiro britânico, uma vez que 20% de suas receitas vêm de negócios com o restante da Europa.

 

A menos de seis meses da saída do bloco, poucas são as definições apresentadas pelo Reino Unido e a União Europeia. Resta saber se a retirada ocorrerá com acordos que mitiguem seus efeitos negativos o chamado soft Brexit , ou se a saída será no modo hard.

 

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