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Protestos e mortes marcam Inauguração da Embaixada americana de Israel em Jerusalém: seria este o processo de paz idealizado por Donald Trump?

Protestos e mortes marcam Inauguração da Embaixada americana de Israel em Jerusalém: seria este o processo de paz idealizado por Donald Trump?

Conteúdo postado em 15/05/2018

No dia 13 de maio de 2018 foi inaugurada a nova sede da embaixada americana de Israel em Jerusalém, reconhecida unilateralmente por Donald Trump como capital de Israel e programada para coincidir com o aniversário de 70 anos do país, que ocorreu ontem, dia 14 de maio. Esta transferência da embaixada é uma promessa de campanha eleitoral de Trump. Acontece que desde a criação do Estado de Israel, os Estados Unidos nunca reconheceram a soberania de Israel em Jerusalém como capital única e indivisível ou da Palestina em Jerusalém Oriental, mexendo verdadeiramente em um vespeiro.

 

CACD-diplomata-itamaraty-diplomacia-protestos-e-mortes-marcam-inauguracao-da-embaixada-americana-de-israel-em-Oswaldo Aranha

Voltemos um pouco a história: há 70 anos atrás, o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha seria porta-voz de uma sessão que culminaria com uma resolução sobre a partilha da Palestina que até então estava sob o domínio dos ingleses.

 

Surgiria assim de um lado, a criação do estado judeu, e de outro, a criação do estado árabe. Cidades como Jerusalém e Belém seriam áreas internacionais com status diplomático que não pertenceriam a nenhum dos dois países. Em 1947, inclusive, a Assembleia Geral da ONU chegou a designar Jerusalém como “corpus separatum” (corpo separado) sob regime internacional especial, administrado pelos EUA, porém este plano de partilha da região da Palestina não chegou a ser implementado.

 

CACD-diplomata-itamaraty-diplomacia-protestos-e-mortes-marcam-inauguracao-da-embaixada-americana-de-israel-emdavid-ben-aFoi no dia 14 de maio de 1948 que David Bem-Gurion, o primeiro Primeiro-Ministro de Israel, proclamou a fundação do seu estado. O dia que é marcado para os judeus como a celebração da fundação do estado de Israel, também representa para o outro lado da moeda o “dia da catástrofe” ou Nakba para os palestinos, pois esta ruptura gerou muitos conflitos e guerras que perduram até hoje na região conhecida como faixa de Gaza. Apesar de diversos países, incluindo o Brasil, considerarem a Palestina um país, na prática ela não tem um governo soberano, não possui controle sobre suas fronteiras e também não possui uma capital, apesar de considerarem Jerusalém Oriental como sua futura capital quando este estado for plenamente reconhecido internacionalmente.

 

Todo o bafafá perdura sobre o reconhecimento de Jerusalém como capital do estado da Palestina ou do estado de Israel. Ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o presidente dos EUA só coloca mais ainda em risco o frágil processo de paz entre israelenses e palestinos, além de inviabilizar os EUA como mediador oficial do conflito israelo-palestino, já que esta postura comprometeria a sua neutralidade e só alimentaria o extremismo e violência do povo árabe.

 

E por que os EUA decidiram agora por reconhecer Jerusalém a capital de Israel?


Em 1995, o Congresso americano adotou o Jerusalem Embassy Act, que determinava ao Executivo a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, “capital do Estado de Israel”. A lei é vinculante para o governo americano, mas uma cláusula permitiu que os presidentes adiassem a sua aplicação durante seis meses em virtude de “interesses de segurança nacional”.

 

Todos os antecessores do atual presidente americano optaram por não se posicionar sobre esta questão, ao contrário de Trump, que rompe não só com o consenso da comunidade internacional, mas com o paradigma da política externa norteamericana realizado até então. Tudo começou com a decisão de Trump em dezembro de 2017 de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, causando a fúria e diversas manifestações de palestinos.

 

CACD-diplomata-itamaraty-diplomacia-protestos-e-mortes-marcam-inauguracao-da-embaixada-americana-de-israel-em-Trump-mahmoud-abbasPara o presidente palestino, Mahmoud Abbas, o reconhecimento americano representa uma ameaça ao futuro do processo de paz. Uma das principais críticas é que a decisão deve vir por meio de negociações bilaterais entre israelenses e palestinos, e não por um terceiro.

 

O governo israelense, juntamente com a delegação americana, promoveu neste domingo, dia 13, em seu Ministério de Relações Exteriores, um baile de gala, no qual teve a ausência de diversos representantes de países europeus, dentre eles Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido, que desaprovam a conduta de Donald Trump e o questionam sobre o processo de paz na região.

 

Houve uma série de manifestações dos palestinos em Gaza que resultou na truculência das forças armadas israelenses sobre os manifestantes ocasionando centenas de feridos e cinquenta e cinco mortos já confirmados. Os países árabes decidiram em resposta a estas mortes solicitar ao Conselho de Segurança da ONU uma reunião de urgência. Seguiram os passos de Washington países como Guatemala e Paraguai, que inaugurarão a embaixada de seus países na área sagrada.

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