Olá, sapientes!
Semana passada tivemos a reunião da cúpula do G20. Você ficou sabendo?
Desde 2008, as dezenoves maiores economias mundiais, além da União Europeia, reúnem-se anualmente para tratar dos rumos econômicos do planeta. Este ano, a cúpula ocorreu em Buenos Aires, entre os dias 30 de novembro e 1º de dezembro. Os pilares de discussão foram: o futuro do trabalho; a infraestrutura para o desenvolvimento; o futuro sustentável dos alimentos; e a integração da igualdade de gênero na agenda do G20.
As expectativas eram altas para essa reunião, especialmente em relação à guerra comercial entre Estados Unidos e China, que juntos representam 40% do PIB mundial. Vamos ver o que rolou?
A irreversibilidade do Acordo de Paris
Como ocorrera no comunicado final da reunião passada, em Hamburgo, o G20 reafirmou seu compromisso em implementar o Acordo de Paris para combate às mudanças climáticas, respeitando o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas. O pacto foi classificado como “irreversível”. Também se destacou a posição divergente dos Estados Unidos, única nação a sair do Acordo, enfatizando, contudo, seu compromisso em cooperar com a proteção ao meio ambiente.
A reforma da OMC
Outro tema relevante tratado na cúpula foi a necessidade de reformar a Organização Mundial do Comércio. Criado em 1994, o organismo tem como missão avançar nas negociações para ampliar o comércio internacional. Contudo, tem apresentado desafios, como o travamento da Rodada Doha, não concluída desde 2001.
A declaração final do G20 reforça a importância da OMC, mas reconhece que o multilateralismo não tem fornecido as soluções para os atuais desafios do comércio mundial. Hoje, basta que um único país discorde para que um acordo não avance na OMC. Para o diretor da instituição, o brasileiro Roberto Azevedo, a declaração dá o apoio necessário buscado para reformar a organização.
Trégua entre China e EUA
Um dos temas de maior expectativa com a cúpula também teve um retorno favorável. O presidente dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, se encontraram às margens do G20 e definiram uma trégua na imposição de tarifas que um país estava infligindo ao outro.
A trégua não dá um retorno claro sobre o futuro do comércio entre as duas maiores economias mundiais, mas, pelo menos, estabelece que novas taxas não serão aplicadas entre 1º de janeiro e 31 de março. Além disso, os dois países se comprometeram a manter as negociações e buscar uma solução para a guerra comercial que travam.
Muitos outros temas foram tratados na cúpula, como segurança digital, combate à desigualdade de gênero e futuro dos alimentos. O texto completo pode ser conferido aqui (em espanhol).
A reunião para o ano que vem está prevista para ocorrer em Osaka, no Japão. O que será que vai acontecer até lá? Fica de olho no Sapi que a gente te conta!