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A Crise do Antigo Sistema Colonial e a Independência do Brasil

A Crise do Antigo Sistema Colonial e a Independência do Brasil

Conteúdo postado em 06/10/2023

Olá, Sapiente!

 

Durante os estudos para o concurso da diplomacia, é impossível ignorar um capítulo que sempre se destaca nas discussões do CACD: a independência do Brasil. Este processo, rico em nuances e intrincado em suas relações globais e locais, merece uma análise aprofundada.

 

Por isso, falar um pouco sobre a Crise do Antigo Sistema Colonial e seu impacto na Independência do Brasil, além de examinar a influência da "Ilustração Portuguesa", o Período Joanino e o conceito de continuidade.

 

A Crise do Antigo Sistema Colonial e as Ideias Liberais e Iluministas 

 

A independência do Brasil emergiu durante uma fase turbulenta do sistema colonial e do Antigo Regime. Ideias liberais e iluministas europeias se disseminavam, influenciando movimentos emancipacionistas no Brasil, como a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Contudo, um dos principais impulsores desse processo foi a Onda Revolucionária Europeia de 1820, que culminou na Revolução do Porto, em Portugal. Essa revolução demandava o retorno da Família Real, a constitucionalização de Portugal e a reintegração do Brasil à colônia.

 

As Cortes portuguesas, impregnadas de anti-liberalismo em relação ao Brasil, desencadearam a transição do projeto de autonomia com a união das coroas para um projeto de independência. Esse movimento se centralizou na figura de Dom Pedro I e nas articulações de José Bonifácio.

 

A "Ilustração Portuguesa" e a Mudança da Corte

 

A chegada da Corte ao Brasil, em 1808, não foi somente uma medida de sobrevivência diante da Revolução Napoleônica. Ela também representou a revitalização dos ideais de Dom Rodrigo de Souza Coutinho e do Padre Antônio Vieira. Com essa mudança, o Brasil se tornou a nova sede do reino, efetivamente extinguindo a condição colonial.

 

O Período Joanino e a Interiorização da Metrópole

 

O período Joanino (1808-1821) assinalou a internalização da metrópole portuguesa para o Brasil. Nas palavras do historiador Raymundo Faoro, em sua obra "Os donos do poder," há uma continuidade entre o Estado patrimonialista português e o Estado independente brasileiro. O Brasil, nessa perspectiva, representa uma transição da estrutura portuguesa para a antiga colônia.

 

Nesse novo Estado independente, a estrutura patrimonialista persistiu, onde o público se mesclava com o privado. O Estado, ao reprimir e absorver os impulsos sociais e econômicos, agia de maneira semelhante à Coroa portuguesa que interferia nas atividades econômicas. O Estado brasileiro mantinha interesses autônomos e, simultaneamente, incorporava objetivos do governo central, suprimindo tentativas de emancipação.

 

A Ideia de Continuidade e a Manutenção da Unidade Territorial

 

Um traço distintivo da independência do Brasil foi a manutenção da unidade territorial. Isso se deveu, em parte, à homogeneidade das elites burocráticas brasileiras, educadas na tradição jurídica de Coimbra, Olinda/Recife e do Largo São Francisco. Essa coesão contribuiu para a edificação da ordem e a preservação da integridade territorial.

 

José Murilo de Carvalho destacou, ainda, a necessidade de defesa contra as pressões britânicas pela abolição do tráfico de escravos ao longo do século XIX. O Estado brasileiro conteve os ímpetos liberais das fazendas e dos poderes locais, seja por meio de repressão, como na Confederação do Equador, seja pela assimilação distorcida de ideias liberais na Constituição de 1824, que manteve a escravidão e instituiu o voto censitário e o Poder Moderador.

 

Em resumo, a independência do Brasil constituiu um processo intrincado, desenrolando-se em meio a uma crise global do sistema colonial e do Antigo Regime. A influência das ideias liberais e iluministas, a chegada da Corte, o Período Joanino e a noção de continuidade foram elementos fundamentais na formação do Estado brasileiro independente. Distinguiu-se das independências hispânicas pela manutenção da unidade territorial e institucional, tornando-se um caso singular na história das emancipações na América Latina.

 

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Até a próxima!

 

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