CACD 2024
Quando História e Economia se encontram na prova: um resumo sobre a História do Pensamento Econômico
Conteúdo postado em 01/07/2024
Olá, Sapiente!
Não precisa ser muito atento para perceber que as provas do CACD, além de multidisciplinares, apresentam interseção entre as matérias. Assim, temos de estudar História da Política Externa Brasileira como assunto da Prova de Política Internacional. Ou mesmo História do Pensamento Econômico para a prova de Economia.
E é sobre este último assunto que preparamos um resumão com os conceitos que os CACDistas mais se deparam nos estudos.
Vamos?
De maneira breve, trazemos a você os três principais sistemas econômicos:
Mercantilismo
Principal sistema econômico adotado na Europa do século XV ao XVIII, após a transição do Feudalismo para o modelo de Estado Nacional Moderno. O principal objetivo da economia era possibilitar o acúmulo de metais preciosos para equilibrar a balança comercial dos Estados e, para isso, havia a busca de dominar colônias e incentivar o desenvolvimento manufatureiro (colbertismo, que vai ser melhor explicado mais abaixo).
O comércio ocorria principalmente em relações colonialistas, além da adoção de forte protecionismo para ser concretizado. O mercantilismo formou as bases para a Primeira Revolução Industrial, na segunda metade do séc. XVIII, quando o mercantilismo começa a ser substituído pelo capitalismo comercial.
Capitalismo
O objetivo já não é apenas acumular metais nem manter um equilíbrio na balança comercial, mas formular estratégias para aumentar o lucro. Surge com a Revolução Industrial e gera uma nova forma de gerar lucro, por meio de sistemas financeiros e especulação de investimentos.
Imperialismo
Ocorre principalmente na África e Ásia durante o final do século XVIII e início do século XIX. Diferentemente do colonialismo, não é sobre o controle territorial, mas sim sobre a submissão econômica de um mercado. O imperialismo poderia ocorrer pela conquista territorial de colônia, pelo estabelecimento de protetorados (quando o governo local era mantido) ou áreas de influência (quando os Estados conseguiam vantagens comerciais por meio de tratados desiguais). A corrida pela expansão imperialista é apontada como uma das causas principais que levaram à Primeira Guerra Mundial.
Abaixo, trazemos as principais escolas de pensamento econômico.
O que são elas? São grupos de teorias e ideias que influenciam a análise e a formulação de políticas econômicas. Cada escola tem suas próprias suposições, metodologias e enfoques sobre como a economia funciona. Vamos a elas:
Colbertismo
Jean-Baptiste Colbert, Ministro das Finanças de Luís XIV, inspirou o surgimento do colbertismo ao destacar a importância da industrialização para a França mercantilista do século XVII. Para Colbert, era essencial para a proteção da balança comercial incentivar a produção manufatureira local. Ele estabeleceu guildas para regulamentar a produção têxtil e de vidros. Nisso tudo, o protecionismo e a reserva de mercado eram partes centrais do Colbertismo. É forte na França até a Revolução Francesa, quando fica claro que o protecionismo havia desincentivado o desenvolvimento francês, e deixado a produção do país ultrapassada em relação à da Inglaterra.
Fisiocracia
Sabe aquela famosa frase “Laissez faire, laissez passer"? Muitos usam-na para explicar o liberalismo clássico de Adam Smith, mas, na verdade, ela é atribuída ao fisiocrata Vincent de Gournay ao defender o “governo da Natureza”, isto é, sem a intervenção do Estado, a riqueza poderia ser conseguida a partir da exploração da terra. A fisiocracia surgiu na França da segunda metade do século XVIII, como uma reação ao Mercantilismo, que já dava sinais de esgotamento. Os principais pensadores fisiocratas são François Quesnay e Jacques Turgot.
Uma importante fisiocrata para a história do Brasil foi D. Maria I, a viradeira, que instituiu o alvará de 1785, proibindo a instalação de produções manufatureiras no Brasil. A rainha acreditava que essa medida impediria que a força de trabalho e os investimentos fossem "desperdiçados" em outras áreas, já que, para ela, era a agricultura e a exploração da terra que serviam como real fonte de riqueza.
Liberalismo clássico
Surgiu na Grã-Bretanha da segunda metade do século XVIII, em um contexto de Revolução Industrial e expansão do mercado financeiro. Assim como os fisiocratas, os liberais defendiam que as economias de mercado são autorreguladoras, mas com a diferença de que acreditavam que a principal fonte de riqueza era o comércio de manufaturas. Vai ser basila para a criação de teoria sobre a divisão internacional do trabalho, vantagens comparativas do comércio internacional, e da diminuição da importância da Coroa. Os principais nomes são Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill.
Socialismo e Marxismo
Surge com as transformações sociais, culturais e demográficas provocadas pela Segunda Revolução Industrial. Não entende o produto final como fonte de riqueza, mas sim o trabalho. Daí surgem as críticas à classe burguesa e à mais valia obtida com a exploração do trabalho.
Liberalismo Neoclássico
Ocorreu na Europa Ocidental e nos EUA nos últimos anos do século XIX e início do século XX. Foi uma forma de renovação do Liberalismo após a Primeira Guerra Mundial, focando principalmente na racionalização da administração, além da responsabilidade de garantir as liberdades individuais e promover a justiça social. Alguns dos principais nomes são Friedrich Hayek e John Bates Clark.
Keynesianismo
Foi uma resposta à Grande Depressão e à crise do liberalismo de 1929. Surgiu das ideias de John Maynard Keynes e Gunnar Myrdal ao defenderem que o crescimento econômico depende da demanda dos consumidores, enquanto os liberais clássicos defendiam que era a expansão da oferta de produtos que garantia o desenvolvimento. Essa escola é marcada pelas estratégias de política monetária e fiscal expansionistas com a finalidade de expandir a demanda e melhorar o bem-estar da sociedade.
Liberalismo contemporâneo ou Neoliberalismo
Teve períodos de fortalecimento e enfraquecimento, principalmente na América Latina, dependendo dos resultados de políticas keynesianas na economia. Surgiu de forma mais expressiva a partir dos anos 1950, nos Estados Unidos. Defende a privatização de empresas estatais, o combate a medidas protecionistas e a abertura para a entrada de empresas multinacionais, além do controle de gastos públicos e a menor interferência estatal em políticas monetárias e fiscais. Grandes representantes dessa corrente de pensamento são Milton Friedman e a Escola de Chicago.
E então, Sapiente? Ficou claro? A gente sabe que Economia é o calcanhar de Aquiles de muitos candidatos. Então nos esforçamos para trazer o conteúdo da forma mais clara e acessível. Ideias complexas podem e devem ser desenvolvidas em linguagem simples. Inclusive, recomendamos.
Vem para o Sapi!